Si Caetano
quinta-feira, março 24, 2016
Poesia
Não estou à venda
Enlatados
Eles são bem chatos.
Querem que eu seja
como eles são. Monocromáticos.
Não dá, eu desisti.
Eu não caibo no padrão
não sei fazer à moda
nasci para ser artesã.
Levo tudo comigo
da raiva ao perdão
e me refaço.
Não sirvo ao padrão
sou peça única
da minha própria coleção
E você acha que pode me comprar?
Não estou à venda
não sou de coletivos
não me encontrará
em promoção
não me alinho aos ísmos
não tenho coerência
não bato continência
a nada nem ninguém
não me curvarei
ao mundo digo não.
Enquanto buscam se encaixar
eu quebro a caixa
vejo sinal em tudo
mas não me vejo em nada
Meu valor é incalculável
e você ainda acha
que me comprará com dinheiro?
Cala boca mundo lixo
seu mercado imundo
só merece meu desprezo.