Si Caetano
quarta-feira, abril 20, 2016
Poesia
Floresc(eu)
Finalmente, eu cresci.
Não consigo me reconhecer
nas antigas tolices
que me prendiam ao berço da vida,
o que me faz ninar a mente,
já está no chão
o que me deixa de pé
são os tombos
que ensinaram a levantar.
Finalmente, eu sai do deserto
não sei por quanto tempo
nem sei se estou no rumo certo
não importa, o caminho me faz
estou mais alerta.
Finalmente, eu respiro
o ar da minha identidade
meu RG bate com a foto
que faço de mim mesma
olho no espelho e me vejo
somos amigas - passado e presente.
cortei as daninhas e cultivei
outras sementes
sou fruto dessa colheita
eu por mim mesma
com as podas de mim
Finalmente, esvaziei a mala
aquela cheia de entulho
restos de sentimentos da alma
da paranoia delirante de
viver todos os dias no
mesmo lugar, na mente.
Finalmente, eu sei
sou eu mesma,
sempre fui,
eu não sabia
que cada nuance
era parte integrante
do que eu sou agora
e sempre foi - um leque
de mim.
eu assumo a autoria
Aceite quem puder
quem não puder
não sei... só sei que
nunca mais vou
negar a alegria
de ser quem eu sou
de viver o que eu vivi
de me contentar com
o que ficou.
Eu fiquei, inteira
DESABROCHOU.