O ciclo da autossabotagem
A gente sabe o que tem que ser feito. Se promete lealdade. Coloca no papel, pensa em como fazer, vislumbra os resultados, suspira. Organiza tudo, começa a semana arrumando armários, exclui mensagens velhas na simbologia de poder limpar memórias internas, reflete sobre os desejos, pondera, renega, se segura, não exagera, você sabe o que tem que ser feito.
Dorme, e no outro dia esquece tudo.
Abre os olhos como se não soubesse a que veio, só lembra do que foi suprimido pelo bom senso, não faz o que tem que ser feito, enrola, mexe no celular, enrola, não abre o caderno para checar as anotações, enrola mais um pouco, deixa crescer a sensação de incomodo, deita, mexe no celular de novo, não come, levanta mais uma vez agora com esperança de começar o dia, já são meio dia, almoça. Cochila, mexe no celular, procura as mensagens antigas, restaura as apagadas, checa mágoas, fuça páginas, enrola. Chegou. São 17:00pm. Nada foi feito. Mas agora você começa a fazer tudo o que deveria ter sido feito às 09:00am. Não dá tempo. Desespero, urgência. Ansiedade domina, vem o descompasso. Qualquer vírgula pode ser mal recebida, instala-se o caos. Tudo isso porque não obedecemos a primeira regra - não se sabote jamais.
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